Tudo o que você precisa saber sobre a tão esperada vacina
O professor de ciências Weliton Augusto Gomes esclareceu pontos importantes dessa imunização que o mundo ansiosamente aguarda.
Não se fala em outra coisa. Todos querem saber quando sai a vacina contra a Covid-19. Após paralisar o planeta e ceifar mais de um milhão de vidas mundo afora, a esperança para o findar da crise é colocada em um possível agente imunizador em massa para a população.
Existem várias pesquisas em andamento pelo mundo, mas é necessário muita cautela nas comemorações, pois são diversos processos que precisam ser cumpridos e observados para averiguação de eficiência das fórmulas.
Para falar sobre esse assunto, conversamos com o professor de ciências Weliton Augusto Gomes (Colégio Adventista de Araucária) que esclareceu pontos importantes da questão que pode representar o fim de um dos períodos mais desafiadores da história terrestre.
Blog – Como são produzidas as vacinas e qual a importância delas para a humanidade?
Weliton – Bem, antes de responder isso é necessário definir muito bem o que são antígenos. Toda substância estranha que adentra nosso organismo e que aciona o sinal de alerta de emergência que vai ativar a produção de anticorpos e a defesa imunitária é classificado como antígeno. Neste caso, podemos incluir as partículas virais, as bactérias, proteínas estranhas como exemplos. Com relação às vacinas, existem diferentes formas de se produzir uma, mas praticamente todas elas partem do mesmo princípio: produzir um ou mais antígenos, visto que eles ativarão a produção de anticorpos específicos para a doença. As maneiras mais comuns de se obter sucesso em uma vacina sem trazer efeitos colaterais muito severos é cultivar os vírus em uma cultura de células (estas geralmente não humanas), a fim de que sofram mutações, eliminando os riscos de causar danos aos seres humanos. Estas são chamadas de vacinas atenuadas. Também pode se produzir vacinas inativadas, onde o vírus é morto através de elevação de temperatura ou por meio de produtos químicos: quando entram em contato com o organismo, estimulam algumas células de defesa do organismo a produzirem anticorpos. Um exemplo é a poliomelite. As vacinas são extremamente importantes pois desencadeiam uma resposta imune mais eficiente no organismo, principalmente de doenças altamente contagiosas. Além disso, vacinar-se é uma atitude de empatia, já que você também estará ajudando na transmissão de antígenos atenuados que poderão imunizar uma comunidade inteira
Blog – No caso do novo coronavírus, quais são as principais frentes de pesquisa para se chegar a uma vacina e como elas funcionam?
Weliton – Bom, como todo processo de fabricação de uma nova vacina, a do novo coronavírus passa uma série de etapas rigorosas antes de ser disponibilizada para a população. Não é uma tarefa simples, e demanda bastante tempo dos cientistas envolvidos. As etapas envolvem identificação do agente causador da doença, fragmentação das partículas virais infectantes, testes em animais de laboratório, testes em humanos e, por fim, a sua liberação a nível mundial. Atualmente, há cerca de 50 projetos no mundo todo buscando criar uma vacina eficaz e segura para o novo coronavírus. Mas todos eles têm enfrentado os mesmos problemas. Até pouco tempo atrás, o vírus era desconhecido e as informações científicas sobre ele são escassas. Por isso, é necessário um levantamento de dados com precisão para identificar o perfil certo da vacina. Além disso, ainda que algumas vacinas estejam em fases de testes em animais, reações adversas ou agravamentos podem surgir semanas após a vacinação. Ou seja, a cautela é necessária. Outra questão também tem a ver com as políticas éticas e de segurança dos laboratórios para a pesquisa, que devem cumprir uma série de requisitos para realizar o processo de criação da vacina.
Blog – O que falta para finalmente iniciar o processo de vacinação da população?
Weliton – Uma vacinação em massa, como visto na questão anterior, depende do cumprimento de diversas etapas. Até o momento, temos algumas fases de testagem em animais e humanos, mas o sucesso da vacina vai depender da não existência de agravamentos ou consequências adversas.
Blog – A pandemia só acaba quando todos estiverem vacinados?
Weliton – Não é necessário haver a vacinação da população inteira. Como acontece com todas as doenças virais, se você tem uma comunidade onde a maioria das pessoas está imunizada, estas formam uma barreira de proteção que impede que o vírus continue se disseminando. Essa tática recebe o nome de “efeito rebanho”, onde a maioria das pessoas de uma região é imunizada e faz com que mesmo as não vacinadas fiquem protegidas. Portanto, para haver uma segurança em relação à pandemia, será necessária uma vacinação de grande parte da população mundial.
Categorias
- Bilíngue (2)
- Datas Especiais (33)
- Dicas (76)
- Editoria (45)
- Intercâmbio (5)
- Novas Unidades (5)
- Paraná (14)
- Pedagógico (35)
- Rio Grande do Sul (8)
- Santa Catarina (14)
- Sem categoria (17)