Crianças e professores felizes
Na semana em que se comemora o Dia das Crianças e o Dia do Professor, confira dicas para um ensino/aprendizado que é pura diversão
Há quem diga que crianças são a esperança de toda a sociedade, pois encerram em si o potencial do progresso, inovação, transformação coletiva inerente às novas gerações. Por outro lado, o professor, enquanto ente social, tem função importante e primordial, pois representa a capacidade de tornar possíveis e plenamente funcionais as potencialidades de cada criança que passa pelo processo educacional. Seja aprendendo ou educando, mudar o mundo pode ser uma atividade repleta de momentos divertidos e permeados de valores atemporais.
A ludicidade na educação não é uma coisa nova. Às vezes, até mal compreendida. Independentemente disto, brincar ao ensinar ou divertir-se ao aprender já é metodologia comprovadamente eficaz em produzir enriquecimento e fortalecimento de conteúdos e experiências para a vida. Processos que mesclam informações intelectuais com mecanismos de jogo/diversão são formas de engajar estudantes, produzir assimilação mais direta e ensinar grandes lições de vida. O ensino/aprendizagem se torna dinâmico e permite autonomia de gerenciamento daquilo que é adquirido.
Nesta semana em que dois grupos sociais tão importantes são celebrados, é bom relembrar que não custa muito inserir – seja na escola ou em casa – métodos que potencializem o aprendizado através de mecanismos de diversão. Por meio deles, pais e professores contribuem para que crianças desenvolvam potencial criativo, tenham suas habilidades psicomotoras e cognitivas estimuladas, desenvolvam maior capacidade com as linguagens, melhorem a expressão corporal, adquiram melhor controle emocional, enriqueçam seu raciocínio lógico e aptidões para o trabalho em equipe. Resultando em melhoras de rendimento em praticamente todas as disciplinas do ensino regular.
Confira algumas ideias interessantes para ensinar com diversão, na escola e em casa:
Oficinas de arte e engenharia
Na escola, é possível criar espaço, dentro do conjunto de componentes da grade curricular, para desenvolver um ambiente de interação multiclasses em que os estudantes possam trabalhar em projetos divertidos relacionados à arte ou engenharia. Oficinas de fotografia, pintura, artesanato, que trabalhem temáticas sociais ou acadêmicas são opções interessantes. Cada um destes projetos pode ser apresentado em exposição própria no ambiente escolar, ou em uma programação especial de dia inteiro. Em ambos os casos, possibilidades interativas entre o que foi produzido e os demais alunos da escola é essencial. Para os estudantes que se interessam pelo campo das exatas, uma ótima ideia é desenvolver oficinas similares para projetos que lidem com o desenvolvimento de tecnologias, estruturas e mecanismos de inovação que beneficiem escola e comunidade.
Roteirização, teatro e música
Para os grupos que gostam de trabalhar o texto e expressões corporais e linguísticas, que tal iniciar equipes de teatro onde alunos de diversas idades possam trabalhar com roteiros, desenvolver fantoches, produzir peças e representar para toda a escola? Os temas podem ser literários e sociais. Com isto, os estudantes desenvolvem a escrita, capacidade de articulação de informações, e aptidão para agir com grandes públicos e expressar ideias. Manter um coral ou grupos musicais também é uma excelente opção. A escola pode organizar um dia especial para apresentações, com esquetes humorísticos, representações do cotidiano, show de talentos, dramas literários, declamações de poesia. O mais legal é convidar toda a comunidade do entorno para participar do evento.
Feiras de experimentos
Organizar uma feira para experimentos pode ser uma solução recreativa bastante rica em aprendizado. No caso, a escola separa um ou dois durante o semestre em que os alunos, em grupo ou individualmente, podem apresentar experimentos inusitados, divertidos, inovadores relacionados a diferentes disciplinas da grade curricular.
Quarto de fuga
Você sabe o que é um “quarto de fuga”? Uma experiência em que um grupo de pessoas é preso, voluntariamente, em um ambiente fechado e recebe uma história que precisa desvendar para sair de lá. As pistas estão espalhadas pelo quarto, em diversificados objetos, e exigem a interlocução de diferenciados conhecimentos e formas de pensar. Organizar um ambiente assim na escola, e criar um dia em que grupos de alunos podem participar do desafio, é uma iniciativa inovadora. Neste caso, a experiência de confinamento pode exigir que os alunos utilizem conhecimentos em história, interpretação de texto, matemática, geografia, ciências, biologia, enfim, uma diversificada gamas de conteúdos que adquiriram durante as aulas.
Jogos de tabuleiro e campeonatos
Uma boa ideia é, durante um dia da semana, a escola separar um local para realizar campeonatos com jogos de tabuleiro. A competição ocorreria no horário inverso ao que os alunos estudam. Trabalhar jogos de estratégia (que exigem ou não cooperação em grupo); xadrez, jogos de memorização, entre outros são interessantes opções. Para participar no evento os alunos podem se inscrever individualmente ou em grupo, conforme os critérios que a escola desenvolver. Campeonatos de jogos de tabuleiro podem ser feitos também em casa, com pais, filhos e amigos participando.
Viu só? Divertir-se ao aprender não é coisa de outro mundo. Deixar que o espírito infantil permeie as atividades intelectuais pode ser um grande diferencial formativo. Que nesta semana das crianças e dos professores, estes potenciais da sociedade possam ser lembrados, e opções interessantes de interconectar as qualidades de cada um também encontrem espaço para se desenvolver.
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10 jan, 2023
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